Built to Suit (BTS)
Data-base: Estado de São Paulo — 2025
BTS é locação sob medida com contratos típicos de 10–15 anos. O aluguel deve cobrir terreno, obra, indiretos e extras, entregando o yield acordado.
Nota: números são referências de viabilidade e variam por zoneamento, energia, topografia, aprovações e especificações.
Built to Suit (BTS) — Conceito e Data-base
BTS é um modelo de locação em que o imóvel é projetado e construído sob medida para a operação do inquilino, normalmente com contratos de longo prazo (10–15 anos). Os valores e faixas abaixo são um estudo de viabilidade para o Estado de São Paulo com data-base 2025; cada projeto deve ser recalibrado conforme terreno, padrão construtivo, aprovações e garantias contratuais.
Parâmetros de Referência (SP — 2025)
- Terrenos: RMSP R$ 800–1.500/m²; Anhanguera/Bandeirantes (interior) R$ 400–800/m²; Vale do Paraíba/Dutra R$ 350–700/m².
- Construção (custo por m²): padrão A R$ 1.900–2.300/m²; especial/refrigerado R$ 2.500–3.500+/m².
- Custos indiretos: 8–12% do investimento.
- Yield (retorno) do investidor: 9–12% ao ano (varia com crédito do inquilino, garantias e prazo).
- OPEX do proprietário: 3–7% do aluguel; vacância estrutural: 1–3% do aluguel.
Entradas da Calculadora — O que significa cada item
Área construída (m²)
Metragem que será entregue ao inquilino (GLA). É a base para estimar o custo de obra e o aluguel por m².
Custo de obra (R$/m²)
Valor médio por m² da construção. Depende do padrão técnico (pé-direito, piso, sprinklers, docas) e eventuais exigências especiais (refrigeração, salas limpas, automação).
Área do terreno (m²)
Tamanho do lote necessário para o projeto, incluindo recuos, pátios, estacionamentos e áreas de apoio.
Preço do terreno (R$/m²)
Valor de aquisição do terreno. Varia com localização, zoneamento, acessos e potencial de valorização.
Custos indiretos (% do CAPEX)
Percentual aplicado sobre obra + terreno (+ extras), cobrindo projetos, licenças, aprovações, honorários e impostos. Tipicamente entre 8% e 12%.
CAPEX extra (R$)
Investimentos adicionais não contemplados no custo padrão, como cabine primária, subestações, câmaras frias, geradores, automação específica.
Yield alvo (% a.a.)
Retorno anual exigido pelo investidor sobre o investimento total. Ex.: com yield de 10% e investimento de R$ 50 milhões, o imóvel precisa gerar ~R$ 5 milhões/ano de NOI.
Prazo de contrato (anos)
Duração do contrato BTS. Prazos maiores tendem a reduzir o yield exigido (menor risco).
Carência de aluguel (meses)
Período inicial sem cobrança de aluguel. É um incentivo comercial e afeta o fluxo de caixa inicial (não altera o aluguel de equilíbrio de longo prazo).
OPEX do proprietário (% do aluguel)
Despesas operacionais suportadas pelo proprietário (IPTU, seguro, taxa condominial quando aplicável, manutenção estrutural). Tratadas como desconto sobre a receita.
Vacância estrutural (% do aluguel)
Reserva de risco para possíveis períodos de vacância ou inadimplência. Também tratada como desconto sobre a receita.
% financiado
Parcela do investimento total financiada por banco (ex.: 60%). O restante é capital próprio do investidor.
Taxa de financiamento (% a.a.)
Custo da dívida anual. Em 2025, operações corporativas bem estruturadas giram em ~11–13% a.a., dependendo do perfil de risco e garantias.
Prazo de financiamento (anos)
Tempo de amortização da dívida (geralmente, sistema Price). Junto com a taxa, determina a parcela mensal.
Carência da dívida (meses)
Possível carência de principal/juros durante obra e início da operação. Impacta o fluxo de caixa, mas não altera o aluguel de equilíbrio de longo prazo.
Resultados — Como interpretar
CAPEX de obra (R$)
Área construída × custo de obra por m².
Custo do terreno (R$)
Área do terreno × preço do terreno por m².
Sub-total CAPEX (R$)
Obra + terreno + CAPEX extra.
Custos indiretos (R$)
Percentual aplicado sobre o sub-total do CAPEX.
Investimento total (R$)
Sub-total CAPEX + custos indiretos. É a base para o yield do investidor.
Aluguel bruto necessário (R$/mês)
Valor mensal que equilibra o yield alvo, já descontando OPEX do proprietário e vacância estrutural.
Aluguel por m² (R$/m²/mês)
Aluguel bruto dividido pela área construída. Métrica padrão para comparação de mercado.
NOI anual (R$/ano)
Net Operating Income: receita operacional líquida após OPEX e vacância. Base para avaliar retorno e cobrir serviço da dívida.
Payback simples (anos)
Investimento total dividido pelo NOI anual. Indica em quantos anos o investimento é recuperado (aproximação, não substitui TIR).
Principal financiado (R$)
Investimento total × % financiado.
Parcela mensal da dívida (R$)
Prestação calculada pelo sistema Price (taxa anual ÷ 12, prazo × 12).
Serviço da dívida anual (R$/ano)
Parcela mensal × 12.
DSCR (Debt Service Coverage Ratio)
NOI anual ÷ serviço da dívida anual. Recomenda-se DSCR ≥ 1,20 para conforto financeiro. Abaixo de 1,00, o NOI não cobre a dívida.
Recomendações Práticas
- Amarre bem escopo técnico com o inquilino (layout, cargas, energia, sistemas especiais). Mudanças tardias elevam CAPEX e prazos.
- Valide terrenos com estudos de solo, ambientais e de acesso. Custos “invisíveis” (mitigações, terraplanagem) podem distorcer o CAPEX.
- Negocie garantias (fiador, SBLC, seguro-fiança corporativa): melhor garantia pode permitir yield menor.
- Proteja o DSCR: se o índice ficar < 1,20, ajuste yield, CAPEX, OPEX ou estrutura de financiamento (prazo/percentual).
- Considere expansão futura: prever áreas de crescimento pode evitar novos CAPEX caros adiante.
- Use faixas de mercado como referência, nunca como orçamento: cada município tem dinâmica e prazos próprios de aprovação.
- Reavalie anualmente a data-base e parâmetros (custos de obra, terrenos, taxas de juros, vacância).
Nota Final
Este conteúdo é um modelo de estudo para apoiar decisões iniciais. Não substitui orçamento executivo, cotações de fornecedores, cronograma físico-financeiro e pareceres técnicos e jurídicos específicos de cada projeto.